O que acontece quando uma dívida vai para o jurídico?

O que acontece quando uma dívida vai para o jurídico?

 
o que acontece quando uma dívida vai para o jurídico

Com certeza você já ouviu isso de uma empresa, praticamente toda pessoa já ouviu.

É muito comum empresas ao cobrarem alguma dívida insistentemente, dizer o seguinte:

“Senhor(a), sua dívida vai para o jurídico, mas se pagar à vista ou parcelar, isso não irá acontecer”.

Eu sei, praticamente ninguém sabe o que acontece quando uma dívida vai para o jurídico.

Essa frase, na sua grande maioria, é dita por empresas de cobrança e escritórios de advocacia contratados unicamente para cobrar dívidas.

A questão é que isso causa medo, não é mesmo? Ouvir que a sua dívida vai para o jurídico, sendo que ninguém explica o que pode e vai acontecer com você.

Muitas vezes as empresas aterrorizam os devedores e os forçam a pagar a dívida de qualquer forma.

Por isso, esse artigo vai tratar sobre o que pode precisa saber sobre o que acontece quando uma dívida vai pro jurídico.

É muito importante que leia atentamente para saber o que pode acontecer com sua dívida e com você:

Tipos de dívidas que podem ir para o jurídico

Diversas empresas de grande porte optam por contratar empresas de cobrança para efetuar cobranças em massa, são as chamadas recuperadoras de crédito.

Em alguns casos, as recuperadoras chegam a comprar a dívida da empresa para elas efetuarem a cobrança e receberem a dívida.

Empresas que costumam realizar esse tipo de contratação de recuperadoras são: bancos, operadoras de cartão de crédito, operadoras de telefonia, lojas de grande porte que realizam vendas grandes e frequentes, transportadoras, distribuidoras, dentre outros.

A grande maioria possui um grande número de clientes devedores e preferem contratar outra empresa para regularizar a situação.

Por isso, as dívidas que podem ir para o jurídico são as mais diversas, dentre elas estão:

▪️ Dívidas de cartão de crédito
▪️ Empréstimo bancário
▪️ Compra de móveis
▪️ Compra de imóveis
▪️ Boletos

Muitas pessoas deixam os valores de diversas dívidas se acumularem e as empresas cobram tudo de uma vez só, com juros e correção monetária.

o que acontece quando uma dívida vai para o jurídico

A primeira coisa que você deve saber é que a cobrança de juros e correção monetária estão corretas ✔️

O que não pode acontecer é a cobrança de juros abusivos, nesse caso é necessário que um profissional avalie o que está sendo cobrado para verificar um possível abuso.

Fora essa questão, dívidas de qualquer natureza podem ser encaminhadas para o jurídico, desde que a empresa tenha autorizado esse repasse.

Infelizmente existem golpes sobre falsa dívida e é importante saber se a dívida existe e é válida.

O que acontece quando uma dívida vai para o jurídico?

Quando uma dívida vai pro jurídico, irão verificar se vale a pena ingressar com um processo judicial ou continuar com a cobrança fora do judiciário. Acontece que o jurídico de uma empresa é o setor responsável por cuidar da recuperação dos valores em aberto, sendo assim a cobrança da dívida pode continuar por anos.

O jurídico de uma empresa pode ser interno ou externo, ou seja, pode ser dentro da própria empresa ou um escritório fora da empresa que foi contratado unicamente para cobrar clientes devedores.

A segunda opção é a mais utilizada pelas empresas, em razão do custo e pela facilidade.

Mas, em relação a cobrança, quem está realizando, não tem relevância, desde que esteja autorizada pelo credor, qualquer pessoa pode cobrar em nome do mesmo.

Uma reclamação recorrente é a de que a cobrança é realizada por um terceiro, ou seja, que não é com quem ela fez a dívida:

“Mas estou sendo cobrado por alguém que nem conheço”.

Isso pode acontecer, as empresas preferem profissionais para cobrar em nome delas e assim receber a dívida.

Claro que existem muitos casos em que a empresa vendeu a dívida para outra, isso se chama cessão de crédito e é totalmente possível perante a lei.

Antes de recorrer ao jurídico, é comum as empresas tentarem uma abordagem mais simples, como ligações telefônicas, SMS ou envio de e-mail.

Quando a pessoa não retorna o contato ou não paga o valor total devido, a empresa encaminha para o jurídico.

Quando o caso chega ao jurídico, ele passa por uma triagem para verificar em qual fase está a situação e encaminha para o responsável naquele tipo de dívida.

É comum empresas de cobranças possuírem mais de um setor e cada um responsável por uma etapa da cobrança, se não der certo em um passa para o próximo.

Mas, em grande parte dos casos, a cobrança não dá certo e aí chega o momento de ingressar com uma ação judicial.

A empresa terá custos para cobrar essa dívida, mas preferem bancá-los a “sair de mãos abanando”.

o que acontece quando uma dívida vai pra o jurídico

O que pode acontecer quando o processo chegar ao judiciário

Após optar a via judicial para cobrar, a empresa de cobrança irá cuidar do processo até o fim ou até que a dívida seja quitada.

A grande questão aqui é que no momento que decidem pelo judiciário, existe o pagamento de custas judiciais e honorários do advogado do credor e eles serão pagos pelo devedor, ou seja, você.

Isso mesmo! Sua dívida vai aumentar e muito no judiciário!

Muitos começam com dívidas pequenas como R$ 3.000,00 e no judiciário, incluindo juros, correção monetária (multa, caso houver) e honorários advocatícios, a dívida pode passar de R$ 10.000,00.

Na prática, a dívida sempre vai aumentar. A cada dia de atraso os valores aumentam de forma assustadora.

O grande erro é não cuidar da situação no começo ao receber uma intimação judicial (link recebi uma intimação) ou mesmo antes disso.

Deixar para depois vai aumentar e muito a sua dívida.

Muitos me questionam se não podem deixar o assunto pra lá e a minha resposta é: Você pode, mas as consequências serão catastróficas.

Um processo judicial de cobrança envolve o credor cobrar o valor devido, acrescido de juros, correção monetária e multa, a partir do momento que o devedor é intimado e não faz nada, o credor irá requerer ao juiz medidas judiciais para forçar você a pagar.

Dentre as medidas judiciais que podem ser requeridas estão: penhora de dinheiro, penhora de móveis e imóveis, envio do nome para SPC e Serasa, protesto em cartório, dentre inúmeras outras medidas que podem lhe afetar.

Quando se é devedor, você não deve pensar apenas no agora: “Mas até agora não aconteceu nada”. Não aconteceu, mas vai acontecer, o credor não vai desistir, ele teve custos para ingressar com esse processo.

Muitos devedores deixam de tomar uma atitude e acabam sofrendo por isso. Em muitos casos, alguns tem salário bloqueado ou a casa vai para leilão, simplesmente porque deixaram o assunto de lado.

Esse é o maior erro.

O jurídico vai requerer tudo o que for possível e dentro da lei para fazer com que você pague.

Além disso, o processo pode durar anos na justiça e mesmo que venha a caducar, enquanto houver dívida, a cobrança de forma extrajudicial poderá ser realizada. Assim, se você não fizer nada, a sua dívida será eterna.

Conclusão

Quando uma dívida nasce, as empresas não esquecem dela, pode até ficar parada por um tempo, mas acredite eles não vão esquecer e a qualquer momento podem achar conveniente lhe cobrar.

Isso pode ser um prejuízo enorme para você, quanto mais tempo uma dívida existir, mais o valor aumenta, dívidas pequenas, podem se tornar gigantes.

Eu sei o quanto é incômodo lidar com isso, nem sempre o valor cabe no bolso e pode afetar seu orçamento familiar. Mas, optar por não fazer nada é o pior erro que você pode cometer.

Se você deixar para cuidar um processo judicial de cobrança pode afetar você e sua família agora e no futuro.

Uma boa opção é buscar ajuda de um profissional especializado, isso vai lhe dar mais suporte para tratar do problema.

Muitos devedores deixam para cuidar da dívida quando a bomba já estourou, ou seja, ao receber uma intimação judicial. A questão é que a partir do momento em que há uma ação judicial, você corre sérios riscos de ser afetado(a).

O que acontece quando uma dívida vai para o jurídico?

O conteúdo tem função apenas informativa. Sempre consulte um advogado para tirar suas dúvidas.